terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dinossauros surgiram na América do Sul

Dinossauros surgiram na América do Sul
Antecessor do tiranossauro, descoberto nos Estados Unidos, indica que dinossauros surgiram onde hoje está o continente sul-americano e dali se divergiram e se espalharam pelo mundo
Agência FAPESP – Um fóssil descoberto no Novo México, nos Estados Unidos, que pertence ao grupo dos terópodes – do qual fazem parte o tiranossauro e o velocirraptor –, indica que os primeiros dinossauros surgiram na atual América do Sul, de onde se dispersaram pelo mundo.
Comparado com os registros fósseis do Jurássico e do Cretáceo, o retrato da vida dos dinossauros no Triássico Superior não traz a mesma clareza. Sabe-se que os dinossauros se dividiram, nesse último período, em três grupos principais – terópodes, sauropodomorfos e ornitisquia –, mas os fósseis são raros e, quando encontrados, incompletos.
Sterling Nesbitt, da Divisão de Paleontologia do Museu Americano de História Natural, em Nova York, e colegas descrevem em artigo publicado nesta sexta-feira (11/12), na revista Science, esqueletos quase completos de um dinossauro terópode do Triássico Superior.
Os cientistas deram à espécie, que viveu há cerca de 214 milhões de anos, o nome de Tawa hallae. O nome reúne a palavra em hopi (língua de povo indígena norte-americano) para o deus do sol (Tawa) com uma homenagem à paleontóloga amadora Ruth Hall, mulher de Jim Hall, fundador do Ghost Ranch, sítio em que os fósseis foram encontrados.
O dinossauro era carnívoro e media cerca de 2 metros de comprimento e 70 centímetros de altura. Tinha uma mistura de características de espécies que vieram tanto antes como depois. Com os predecessores, compartilhava o formato de sua pelve, por exemplo. Com seus sucessores, dividia características como vértebras com espaços cheios de ar.
A semelhança da pelve com o anterior herrerassauro, encontrado na Argentina, foi destacada pelos cientistas, uma vez que essa espécie tem sido muito discutida desde que foi encontrada, na década de 1960. O novo estudo afirma que as características que o herrerassauro compartilha com o Tawa hallae comprovam que o primeiro era também um terópode. O que reforça a teoria da origem sul-americana.
Mas o grupo também analisou as relações evolucionárias da nova espécie com dinossauros conhecidos do Triássico Superior. A partir da complexidade e da diversidades dessas relações, os pesquisadores concluíram que os terópodes então encontrados na América do Norte não eram endêmicos e que seus predecessores possivelmente se originaram na América do Sul.
Foi apenas após a divergência em terópodes, sauropodomorfos (como o apatossauro) e ornitisquia (como o tricerátops), ocorrida há mais de 220 milhões de anos, que os dinossauros se dispersaram por todo o mundo Triássico, em um momento em que os continentes ainda se encontravam reunidos na Pangeia.
O artigo A Complete Skeleton of a Late Triassic Saurischian and the Early Evolution of Dinosaurs, de Sterling Nesbitt e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Aprendizagem forma sinapses

Aprendizagem forma sinapses

Estudo publicado na Nature indica que novas conexões entre neurônios começam a se formar logo após o aprendizado de uma tarefa
2/12/2009
Agência FAPESP – Novas conexões entre neurônios começam a se formar logo após o aprendizado de uma nova tarefa, indica estudo publicado no domingo (29/11) no site da revista Nature.
A pesquisa envolveu observações detalhadas do processo de alteração nas ligações nervosas em animais que ocorre no cérebro durante a aprendizagem motora.
Os pesquisadores estudaram camundongos que foram condicionados a se deslocar por uma passagem em uma gaiola para alcançar sementes. Foi observado um rápido crescimento das sinapses, as estruturas que formam conexões entre neurônios no córtex motor, a parte do cérebro que controla os movimentos musculares.
“Verificamos uma formação robusta e quase imediata de sinapses, menos de uma hora após o início do condicionamento”, disse o coordenador da pesquisa Yi Zuo, professor da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos.
O grupo de Zuo observou a formação de estruturas chamadas espinhas dendríticas que crescem em neurônios piramidais (grandes células que ligam as camadas do cérebro) no córtex motor.
As espinhas dendríticas formam sinapses com outras células nervosas. Nessas sinapses, os neurônios piramidais recebem sinais de outras regiões do cérebro envolvidas na memória motora e nos movimentos dos músculos. Os cientistas verificaram que o crescimento de novas espinhas dendríticas foi seguido pela eliminação seletiva de espinhas pré-existentes, de forma que a densidade geral das espinhas retornou ao nível original.
“Trata-se de um processo de remodelagem por meio do qual as sinapses que se formam durante o aprendizado se consolidam, enquanto outras se perdem. A aprendizagem motora imprime uma marca permanente no cérebro. Quando aprendemos a andar de bicicleta, por exemplo, uma vez que a memória motora é formada, não esquecemos o que foi aprendido. O mesmo ocorre quando um camundongo aprende uma nova habilidade motora: o animal aprende como fazer e não esquece mais”, explicou Zuo.
Comprender a base da formação de memórias de longo prazo é um desafio importante para a neurociência, com implicações no desenvolvimento de terapias que possam auxiliar pacientes na recuperação de habilidades perdidas em acidentes ou em derrames.
“Iniciamos nosso estudo com o objetivo de entender melhor os processos que ocorrem após um acidente vascular cerebral, quando os pacientes têm que reaprender a fazer determinadas atividades. Queremos descobrir se há algo que podemos fazer para acelerar o processo de recuperação”, disse Zuo.
O artigo Rapid formation and selective stabilization of synapses for enduring motor memories, de Yi Zuo e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

Exercícios e câncer de próstata

Exercícios e câncer de próstata Estudo apresentado em conferência nos Estados Unidos aponta que prática de atividades físicas rigorosas por mais de cinco horas por semana pode reduzir taxa de mortalidade
9/12/2009
Agência FAPESP – Apenas 15 minutos diários de exercícios físicos foram suficientes para reduzir a taxa de mortalidade em pacientes com câncer de próstata, aponta estudo apresentado em conferência da Associação de Fronteiras de Pesquisa em Câncer nos Estados Unidos, que termina nesta quarta-feira (9/12), em Houston.
“Identificamos benefícios com níveis de atividade facilmente atingíveis. Os resultados sugerem que homens com câncer de próstata deveriam fazer alguma atividade física para sua saúde”, disse Stacey Kenfield, da Escola de Saúde Pública Harvard, autora principal do estudo.
Os pesquisadores avaliaram os níveis de atividade física de 2.686 pacientes, tanto antes como depois de terem sido diagnosticados com câncer. Pacientes com diagnóstico de metástase não foram incluídos no estudo.
Homens que mantiveram três horas ou mais dos chamados equivalentes metabólicos por semana – que equivalem a correr, andar de bicicleta, nadar ou jogar tênis por meia hora por semana – apresentaram risco 35% menor de mortalidade geral do que os demais.
Com relação a caminhadas, os pesquisadores observaram que os pacientes que andaram mais de quatro horas por semana tiveram um risco 23% menor de mortalidade por qualquer causa quando comparados com os que andaram menos de 20 minutos por semana.
Não foi apenas o tempo: a velocidade também contou bastante. Aqueles que andaram mais de 90 minutos em um ritmo normal para acelerado apresentaram risco de morte 51% menor do que aqueles que andaram menos e em ritmo menos intenso.
Mas a caminhada não mostrou efeito específico na mortalidade por câncer de próstata. Entretanto, o cenário foi outro com exercícios mais vigorosos. Homens que mantiveram pelo menos cinco horas semanais de atividades físicas vigorosas tiveram redução no risco de mortalidade pela doença.
“Esse é o primeiro grande estudo populacional a examinar os exercícios em relação à mortalidade em sobreviventes de câncer de próstata. Não conhecemos os efeitos moleculares exatos que a atividade física tem sobre a doença, mas sabemos que os exercícios influenciam um número de hormônios que se estima estarem envolvidos com a doença, além de melhorar a função imunológica e reduzir inflamações”, disse Stacey.
“Como esses fatores atuam em conjunto para afetar o câncer de próstata do ponto de vista biológico é algo que ainda teremos que descobrir. Mas, por enquanto, os dados obtidos permitem indicar que cinco horas ou mais de exercícios vigorosos por semana podem diminuir a taxa de mortalidade devido à doença”, afirmou.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Balanço da Aids

1/12/2009
Agência FAPESP – Novo balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com base nos dados da Fundação Seade, aponta que a transmissão de Aids no Estado caiu 64,4% nos últimos dez anos, mas que a taxa de mortalidade apresentou ligeira alta pela primeira vez desde 1995.
O estudo mostra que a incidência da doença em 2008 foi de 12,2 óbitos por 100 mil habitantes, contra 34,3 em 1998, o pior ano de contágio por HIV da década de 1990 em São Paulo. Entre os homens a queda na transmissão chegou a 65%, enquanto entre as mulheres a diminuição chegou a 63,5%.
Em 2008, foram notificados ao todo 5.012 casos de Aids no Estado. A faixa etária com maior incidência de HIV continua sendo a de 30 a 39 anos de idade, com 26,2 casos por 100 mil habitantes, seguida pela de 40 a 49 anos, com 24,0.
Já a mortalidade por Aids foi de 8,2 óbitos por 100 mil habitantes no ano passado, contra 8,0 em 2007, interrompendo as quedas sucessivas registradas ao longo dos últimos 13 anos. O resultado foi influenciado pelo aumento da taxa de mortalidade entre as mulheres, que passou de 5,0 para 5,4, enquanto a dos homens apresentou discreta diminuição, de 11,2 para 11,1 no mesmo período.
Das 28 regionais epidemiológicas do Estado, 13 registraram aumento na mortalidade por Aids em 2008. A região de Barretos apresenta a pior taxa, com 15,1 óbitos por 100 mil habitantes (em 2007 eram 13,4). Na capital o índice passou de 8,8 para 9,6 no mesmo período. Já na região de Itapeva, que apresenta a menor mortalidade do Estado, o índice de 2,8 representa o dobro em relação ao ano anterior.
“O diagnóstico tardio ainda é um grande inimigo para o tratamento de pessoas contaminadas pelo vírus HIV. Cerca de 50% dos óbitos estão relacionados com o diagnóstico da infecção em fase avançada, de pacientes que já apresentam os sintomas”, afirma Maria Clara Gianna, diretora do Programa Estadual de DST/Aids.
A Secretaria da Saúde decidiu prorrogar a campanha “Fique Sabendo”, de incentivo à testagem precoce anti-HIV no Estado de São Paulo. A campanha, iniciada em 16 de novembro e que terminaria nesta terça-feira (1º/12), disponibilizou 150 mil exames, entre eles 20 mil testes rápidos, para a população paulista.
O teste anti-HIV é oferecido em todo o país de forma gratuita e sigilosa. Informações sobre os locais de testagem no Estado de São Paulo: www.crt.saude.sp.gov.br ou 0800-162550.

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