sábado, 30 de outubro de 2010

Quem dorme pouco perde mais músculo e menos gordura

Fonte: Folha.

Pessoas que dormem menos de seis horas por noite têm mais dificuldade para perder gordura quando fazem dieta do que aquelas que dormem mais de oito horas.
De acordo com um estudo da Universidade de Chicago (EUA), quem está fazendo dieta e dorme pouco emagrece, mas a quantidade de gordura eliminada é quatro vezes menor do que a quantidade de massa magra perdida.
A pesquisa, publicada na revista "Annals of Internal Medicine", avaliou pessoas de 35 a 49 anos com obesidade ou sobrepeso. Os voluntários foram divididos em dois grupos e submetidos ao mesmo regime alimentar de restrição calórica.
A única diferença foi a quantidade de horas de sono -enquanto um grupo dormiu oito horas e meia por noite, o outro dormiu cinco horas e meia.
Depois de duas semanas, a média de perda de peso dos dois grupos foi a mesma: cerca de 3 kg. Mas houve uma diferença de 55% na quantidade de gordura perdida.
Quem dormiu menos eliminou cerca de meio quilo de gordura e 2,5 kg de massa magra. Já quem dormiu mais perdeu 1,5 kg de gordura.
Os participantes do estudo também foram questionados sobre a sensação de saciedade. Constatou-se que as horas a mais de sono também ajudaram a controlar a fome e diminuir o apetite.
De acordo com os pesquisadores, quem dormiu pouco teve uma produção maior de grelina, hormônio que provoca a fome e reduz o gasto energético.
Além de ter níveis maiores de grelina, essas pessoas produziram mais uma substância que aumenta o apetite: a grelina ácida.
Apesar dos resultados significativos, o estudo tem algumas limitações, como por exemplo o número de participantes, dez, considerado pequeno para resultados definitivos. Outra limitação é que a experiência durou apenas duas semanas.
Mesmo assim, os autores do trabalho acreditam que os resultados podem ajudar nos tratamentos de obesidade e distúrbios do sono

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dores nas costas e no pescoço podem ser resultado da má postura

Seis em cada dez crianças com até 15 anos de idade sofrem com dores nas costas. A causa do problema está num hábito difícil de corrigir: a má postura em casa ou na escola. As carteiras desconfortáveis são um convite pro desleixo. “A má postura pode causar dor no pescoço, eles podem sentir dor no meio das costas e também na lombar, que é aquele curvatura acima das nádegas”, explica Larissa Maria, fisioterapeuta.

A postura correta ajuda na prevenção. “As costas devem estar encostadas, com as nádegas bem ao fundo da cadeira. As coxas têm que estar paralelas ao chão e os pés apoiados ao chão”, diz.
Os alunos improvisam soluções: mochila entre as costas e a cadeira. Banquinho para apoiar os pés, como faz a Giovana, de nove anos. “Melhorou bastante”, garante a menina. Bons hábitos, que devem continuar fora da escola.
O Gabriel tem 15 anos, a Maria Luíza, 14 e a Marina, 11 anos de idade. Os três irmãos têm o mesmo problema: dor nas costas.
“A cabeça está projetada para frente, isso pode causar dores no pescoço, dores no trapézio o formigamento nos braços”, explica a fisioterapeuta.
Para usar o laptop, mãos e cotovelos apoiados na mesa. A coluna tem que encostar na cadeira e os pés devem ficar inteiros no chão. As dicas valem também para o computador de mesa. “Deve usar uma cadeira que consiga acomodar as costas, os braços com apoio para cotovelo e punho. O computador deve estar, a parte de cima dele, na altura dos olhos”.
Para videogame e leitura, ela sugere uma almofada triangular. “Ela apoia a cabeça, fica com os músculos relaxados, tem apoio para os cotovelos e fica com a coluna retinha”.

domingo, 24 de outubro de 2010

Macho, mas por pouco tempo: os peixes mudam de sexo!!

por Marco Chiaretti

Um peixe-palhaço, do gênero Amphiprion, é macho, mas só por tempo limitado. Sua missão natural é crescer — ele mede oito centímetros — e virar fêmea. Dez por cento das espécies de peixes trocam de sexo uma vez na vida. Passam de macho a fêmea ou vice-versa, em um processo que leva algumas semanas para se completar. A inversão ocorre quando a proporção entre os dois sexos sofre algum desequilíbrio. Com ela, a espécie se defende. Aumentam as chances de ocorrer encontros reprodutivos bem sucedidos.
Na maior parte dos vertebrados, os indivíduos são machos ou fêmeas toda a vida. A informação sobre sua sexualidade, inscrita nos genes, não admite mudanças. Os cientistas deram um nome estranho a isso: gonocorismo.
O ser humano é gonocórico, assim como a maior parte das espécies de peixes. Para as outras espécies, a natureza reservou um menu variado de formas reprodutivas, entre elas a inversão sexual, a capacidade de trocar de sexo a partir de estímulos do ambiente. As estratégias alternativas ajudam a equilibrar a proporção entre os sexos em determinado grupo, facilitando a reprodução.
Dez por cento das espécies de peixes mudam de sexo. Os peixes transexuais dividem-se em dois grupos.
No primeiro deles, os peixes são chamados transexuais protândricos. Quando jovens, têm glândulas sexuais potencialmente capazes de produzir óvulos e espermatozóides. Quando atingem o estágio de pré-adultos, tornam-se machos sexualmente ativos.
Parte desses machos, os mais agressivos, vão desenvolver mais tarde a área feminina de suas glândulas sexuais. Não produzirão mais espermatozóides e se tornarão adultos completos. Todos os outros peixes do grupo terão seu crescimento sexual inibido.
Os cientistas estudaram peixes do gênero Amphiprion em que o processo de inibição sexual é bem visível.
O segundo grupo é chamado de protogínico. Reúne 90% dos peixes que trocam de sexo. Nesse grupo, os peixes têm ovários em sua primeira fase; as glândulas transformam-se em testículos na segunda fase. A inversão só acontece uma vez e não se realiza sempre. Somente 15% dos peixes mudam de sexo.
Algumas espécies são ao mesmo tempo transexuais e gonocóricas: incluem indivíduos que são sempre machos (ou fêmeas) e indivíduos capazes de trocar de sexo. Essas espécies são chamadas de diândricas.
A chave para entender a inversão sexual é a proporção entre os sexos em determinado grupo. A inversão é uma estratégia que permite equilibrar essa proporção rapidamente.
Se, em um cardume, houver uma queda acentuada do número de machos, por exemplo, e a espécie não for capaz de trocar de sexo, o cardume perderá um bom tempo mudando de lugar, em busca de outros machos. Nas espécies transexuais, parte do cardume inverte o sexo, e o problema se resolve.
Por que acontece a inversão? “Por uma série de fatores relacionados com o meio ambiente e com a bagagem genética da espécie”, diz o professor Robert Betito, da Universidade de Rio Grande, RS. O gatilho da inversão, diz ele, é acionado sempre que o peixe passa por uma série de encontros sexuais mal-sucedidos. Por exemplo, um macho encontra outro animal da mesma espécie e começa o ritual sexual. Só que o outro peixe também é macho. Sem resposta, o primeiro macho vai embora.
Isso acontece porque muitas espécies não têm uma diferenciação visível entre os dois sexos. Quando em um cardume ou um grupo, há um desequilíbrio na proporção entre os dois sexos, com falta de machos ou fêmeas, os peixes começam a se sentir “sexualmente frustrados”.
O norte-americano John Goodwin publicou em 1990 um estudo sobre a espécie Amphiprion melanopus. Segundo ele, dez dias depois do começo da mudança de macho para fêmea, as glândulas sexuais dos animais estudados ainda produziam espermatozóides, mas já apresentavam mudanças. No 20º- dia, praticamente só havia produção de óvulos. A partir do 45º- dia, a mudança no tamanho e no padrão de cores já estava completa. Outras espécies demoram até 100 dias para completar a inversão.
As pesquisas sobre inversão sexual entre os peixes começaram há vinte anos. Elas mostram que o fenômeno ocorre muito em lugares de águas quentes e rasas, como o Mar Vermelho, o Oceano Índico ou certas regiões do Pacífico.
No Brasil, em certos pontos do litoral do Rio de Janeiro e do Nordeste, também há várias espécies que invertem o sexo. No Rio Grande do Sul, embora a água não permaneça quente durante um período muito longo do ano, há peixes transexuais, entre eles o pargo rosa.
Alguns gêneros, como o Amphiprion, chamado peixe-palhaço por suas cores, ou peixe-anêmona, por causa de sua relação com quase 800 espécies de anêmonas, são quase totalmente transexuais.
Os Amphiprion são peixes pequenos. As fêmeas da espécie Bicinctus, por exemplo, têm 13 centímetros e pesam 46 gramas; os machos medem 11 centímetros e 28 gramas.
Há 26 espécies de Amphiprion espalhadas entre as regiões de águas quentes do planeta. Os peixes protegem-se do ataque dos predadores escondendo-se entre os tentáculos venenosos das anêmonas. Eles não nascem imunizados contra o veneno. Adquirem a imunização pouco a pouco, passando entre os tentáculos e cobrindo-se com um muco que as anêmonas produzem para que um tentáculo não envenene o outro.
Os Amphiprion não vivem em cardumes, mas em “famílias”, com um macho ou uma fêmea dominante (depende da espécie). Têm faixas coloridas e muito marcantes. Isso serve de proteção, já que cria nos predadores uma espécie de memória visual. O predador sabe que junto ao peixe com aquele padrão de cores haverá uma anêmona. Quase sempre prefere tentar comer outra coisa

multi 1 ano

clique aqui